2022-04-13

Nutrição e Gravidez

A nutrição na gravidez é de extrema importância. É um período crítico a nível alimentar tanto para a gestante como para o bebé. Melhorar o estado nutricional de ambos é de extrema importância para melhorar a qualidade de vida das próximas gerações.

Em 2006 as duas principais causas de morte à nascença foram deficiência congénita e baixo peso. Quando a grávida adota comportamentos saudáveis, como alimentação saudável, isenta de substâncias elícitas, suplementação recomendada e abstinência de álcool e tabaco antes de engravidar, a probabilidade do bebé nascer saudável aumenta exponencialmente. Para não desistirem já da leitura e por ser um tema com bastante complexidade, este artigo será um enquadramento geral. Iremos explorar os tópicos com maior detalhe em publicações futuras.

O Índice de Massa Corporal (IMC) pré-gestacional é um preditor independente de muitos resultados na gravidez. O consumo excessivo/excesso de peso ao longo de todo o ciclo reprodutivo relaciona-se com riscos de saúde materna a curto e médio prazo (obesidade, diabetes, dislipidemia e doenças cardiovasculares). Desta forma, para uma melhor saúde materno-infantil futura deve ter um IMC normoponderal antes da conceção e um ganho de peso de acordo com as diretrizes de ganho de peso semanal conforme o trimestre e o IMC inicial da gravidez. 

Uma outra complicação relacionada com a alimentação é a hipertensão, causada principalmente pelo excesso de peso/obesidade e/ou pelo período de vida em que ocorre a gravidez (quanto mais tardia, maior a probabilidade de hipertensão). A hipertensão está correlacionada com um maior risco de pré-eclampsia. 

Níveis inadequados de nutrientes essenciais durante períodos cruciais do desenvolvimento fetal, aumentam o risco de obesidade, doenças cardiovasculares, saúde óssea, cognição, função imunológica e diabetes. Por outro lado, um plano alimentar e exercício físico (moderado a intenso) ajustados antes da gravidez diminui a possibilidade de ganho de peso gestacional excessivo e na retenção de peso nos 2 meses pós-parto. Para além dos benefícios pré-gestacionais, durante a gravidez estas duas ferramentas aliadas diminuem o risco de hiperglicemia

A nível suplementar, durante a gravidez o ferro é quase imprescindível visto que as necessidades aumentam e quando não suportadas aumentam o risco de parto prematuro, baixo peso à nascença e mortalidade infantil. O ácido fólico deve também ser calculado de forma que a quantidade seja ajustada por alimentos, alimentos fortificados e suplementos, sendo que a quantidade deve ser ajustada numa fase pré-concecional e durante a gravidez (mães que tiveram um filho com defeito no tubo neural devem ser suplementadas com doses superiores). A síntese de Vitamina D, especialmente nas estações de outono e inverno é escassa e, por isso, apesar de um pouco controversa a sua suplementação é aconselhada. A suplementação de colina (vitamina do complexo B) deve ser pensada, visto que, a gestante tem dificuldades de chegar às doses diárias recomendadas, mesmo estando presente em diversos alimentos. Relativamente ao cálcio, as necessidades não são difíceis de atingir, no entanto em caso de alguns problemas de ingestão com certos alimentos (p.e. intolerâncias ou aversões alimentares), pode ser necessário a suplementação. O iodo é de extrema importância para o desenvolvimento cerebral normal. A necessidade na mulher grávida aumenta e torna-se praticamente necessário recorrer a meios externos aos alimentos. 

 Em modo conclusivo, para além destes fatores serão necessários ter em atenção a segurança alimentar, a ingestão de cafeína (o tempo de semivida de uma grávida aumenta para 80h) e bebidas energéticas, assim como, a manutenção de um bom estado de hidratação.

Para mais dúvidas, contactar o nosso Nutricionista João Barbosa.